Qual a diferença entre PPCI (Proteção Passiva Contra Incêndio) e PACI (Proteção Ativa Contra Incêndio)? Alguma delas é mais ou menos importante que a outra? Confira a seguir:
Quando você pensa em proteção contra incêndio, automaticamente na sua mente surge a imagem de um extintor, um sprinkler, um bombeiro, e etc. Entretanto essas são imagens que remetem somente a Proteção Ativa, ou também conhecida como combate, que tem por objetivo extinguir as chamas em seu foco, mas o que acontece caso o combate demore para chegar ou não dê conta de apagar o fogo? Nesses casos haverá muita perda patrimonial, e em casos extremos, pode vir a causar fatalidades e grandes tragédias.
Só no Brasil, existem diversos casos de incêndio que obtiveram grande notoriedade da mídia, devido as proporções tomadas, afinal, o fogo é uma força implacável e quanto mais se alastra, mais difícil é combate-lo, tendo como exemplo os casos da década de 70, nos edifícios Joelma e Andraus, ambos em São Paulo, e mais recentemente o caso trágico da Boate Kiss, no Estado do Rio Grande do Sul e a grande perda de patrimônio histórico ocorrida no caso do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
A partir desses casos extremos, passou a ser dada a devida importância ao combate e prevenção de incêndios no Brasil, porém ainda muito focada na Proteção Ativa. Foi a partir dos anos 2000 que algumas industrias começaram a implantar a Proteção Passiva em território nacional, seguindo diversas normativas que vieram a ser homologadas posteriormente, com intuito de garantir o funcionamento desses sistemas com aval do Corpo de Bombeiros, como por exemplo através do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB de 1983, e o Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros – CLCB que foi criado pela Instrução Técnica nº 42, de 08 de maio de 2014.
E afinal, qual o objetivo primordial da Proteção Passiva? Bom, apesar do nome acabar fazendo-a parecer menos importante do que o combate, a relevância de um bom sistema PPCI, pode decidir entre um incidente controlado e uma grande catástrofe. O objetivo da Proteção Passiva é compartimentar o foco do incêndio. Como assim? Bom como dito anteriormente, o fogo se alastra com facilidade, e quanto maior, mais difícil combate-lo. Logo o objetivo final é manter o foco em um ambiente micro, para deixar o macro a salvo das chamas, fumaça e calor emitidos pelo mesmo, conseguindo assim proporcionar mais tempo para a evacuação do local, e mais facilidade para o combate entrar em ação.
Agora, os itens e sistemas de proteção ativa todos conhecem, mas e da proteção passiva, quais são e como funcionam?
A proteção passiva é feita através de implantação de elementos resistentes ao calor e as chamas, integrados as estruturas da edificação. São itens como cortinas corta-fogo, portas corta-fogo que isolam automaticamente a área do foco ao detectar o incêndio, portas socias com resistência térmica e facilidade de trafego durante emergências, entre outros diversos com a mesma finalidade. O que eles têm em comum é a função, e que eles têm um tempo de resistência ao fogo garantido pelos testes. Mas calma, o tempo varia de 30 minutos a 240 minutos, e é especificado no projeto, de acordo com a área, para ser o suficiente para garantir a integridade das pessoas, do patrimônio, e a preparação para o combate.
Então, qual o mais importante? A resposta é: Ambos.
As duas formas devem ser utilizadas em conjunto para maior segurança e efetividade, como hidrantes em conjunto com cortinas corta-fogo para ajudar a controlar a temperatura e as chamas, portas corta-fogo juntamente com extintores para o tipo correto de foco de incêndio e etc.
Devemos sempre lembrar que ter um bom sistema de Proteção Ativa e Passiva implantado na sua empresa, no seu prédio, ou no seu escritório, é a melhor maneira de assegurar sua integridade e a dos seus companheiros colaboradores, e minimizar custos com reformas, e perda de material causados por um incêndio.